Tornando-se o próprio Herói

Durante um longo período da minha vida, eu almejava ser aquele que salva, o herói destemido que sempre está pronto para enfrentar desafios e superar obstáculos. No entanto, conforme o tempo passou, percebi que, por trás dessa ânsia por salvar os outros, existia uma necessidade profunda de atenção e validação que vinha de dentro de mim. 

Ao tentar desempenhar o papel de Salvador, acabei me perdendo no caminho, negligenciando minhas próprias necessidades e colocando de lado minhas próprias dores e inseguranças. Em meio a essa busca incessante por ser o herói que o mundo precisava, me vi afundando em um lamaçal de expectativas e cobranças que, aos poucos, minaram minhas forças e abalaram minha saúde mental.

Foi somente após enfrentar diversas decepções e vivenciar momentos de profunda tristeza e desânimo que cheguei à conclusão de que não posso salvar o mundo sozinho. Compreendi, finalmente, que a verdadeira bravura está em reconhecer nossas vulnerabilidades e limitações, em aceitar que também precisamos de ajuda e apoio para seguir em frente.

Assim, decidi mudar o meu foco: em vez de tentar ser o herói que salva a todos, optei por simplesmente viver de forma autêntica e ser um exemplo de resiliência e superação para aqueles que desejam se inspirar em mim. Acredito que, ao compartilhar minhas experiências e aprendizados, posso contribuir para tornar o mundo um lugar mais empático e acolhedor, onde todos possam encontrar conforto e apoio quando precisarem.

Portanto, hoje entendo que, mesmo os super-heróis mais corajosos e destemidos, também têm suas fragilidades e momentos de fragilidade. E é justamente nesses momentos que precisamos uns dos outros, para nos ajudarmos mutuamente a superar os desafios e seguir em frente com mais força e determinação.