A CIÊNCIA DE DEUS

Eu não me considero ateu. Não porque tenha uma fé cega, mas porque acredito na possibilidade, talvez até na necessidade, de um deus. Não um deus pronto, moldado por histórias antigas criadas para preencher o vazio do que ainda não sabíamos, mas um deus que se revela na própria busca.

Acredito que o homem criou divindades para tentar dar conta do inexplicável. Mas, para mim, deus não está necessariamente nessas narrativas religiosas. E foi justamente estudando, questionando, lendo, que percebi isso. Deus não está nos livros religiosos, pelo menos não como uma presença absoluta. Está, sim, na busca sincera, na inquietação, no desejo genuíno de compreender.

Eu não creio por tradição, por medo ou por conforto. Eu creio porque busco. Tenho dedicado tempo, atenção e mente a encontrar algo maior, e nessa jornada percebo que o divino talvez seja justamente isso: o próprio movimento de querer saber, de não se contentar com a ignorância.

Para mim, deus é a própria ciência, é todo conhecimento, é o desejo de compreender, é o que se revela quando o pensamento se aprofunda e quando a dúvida é levada a sério. E se existe um caminho até deus, acredito que ele passa pela honestidade de quem busca, não pela certeza de quem diz já ter encontrado.

No fundo, acredito que cada passo dado em direção ao saber é um passo dado em direção ao sagrado.


Cleiton dos Santos 


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