Entre o caos e a criação

Dizem que a genialidade sussurra onde a razão hesita,
que a mente criativa dança na beira do abismo,
onde o mundo vê loucura, o criador enxerga sentido.

A inspiração, por vezes, vem como um raio,
não pede licença, não dá explicações.
Traz consigo vozes, visões, impulsos que não cabem na lógica.
O artista não escolhe o fogo, ele é escolhido por ele.

Entre a sanidade e o delírio, mora um campo fértil:
ali nascem sinfonias, poemas, fórmulas, revoluções.
Mas também ali há sombra, dor, angústia.
O mesmo cérebro que inventa mundos pode também destruí-los por dentro.

Criar é como tocar o infinito com as mãos nuas:
às vezes ilumina, às vezes queima.
E há quem nunca volte inteiro da viagem.

Mas talvez a verdadeira loucura seja viver uma vida cinza,
sem nunca mergulhar no mistério de si mesmo.
Pois a criatividade, mesmo quando nasce do caos,
ainda é uma forma de cura,
uma ponte entre o invisível e o real,
entre o grito e a beleza,
entre o abismo e a luz.

Cleiton dos Santos 

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