O Nêutron e a Escolha

A mesma reação que pode devastar cidades inteiras com o poder de uma bomba nuclear também pode, quando devidamente controlada, alimentar uma usina que fornece energia limpa, com baixíssima emissão de CO₂. O que muda não é a natureza da energia, mas o modo como ela é conduzida. O nêutron que inicia o caos é o mesmo que, sob domínio humano, move o progresso.

Essa dualidade nos convida a refletir sobre o potencial destrutivo e construtivo que habita em tudo, inclusive em nós mesmos. As forças mais poderosas da existência, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais, não são boas ou más em si mesmas. O que define o resultado é o controle, a direção, a intenção.

Assim como a energia nuclear, nossos pensamentos, paixões e decisões podem tanto construir quanto destruir. O fogo que aquece também pode consumir. A palavra que inspira também pode ferir. A mesma mão que acolhe, pode agredir. O segredo está na consciência com que agimos, no domínio que exercemos sobre nossos impulsos e no propósito que nos guia.

Portanto, entre o caos e o progresso, entre a destruição e a criação, existe uma tênue linha chamada "controle", e é sobre ela que se equilibra o futuro da humanidade.

Cleiton dos Santos 

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