O chumbo que cai do céu do tempo


Há perguntas que parecem pequenas, mas carregam universos inteiros dentro delas. A existência do chumbo é uma dessas perguntas.

Quando olhamos para uma pedra, vemos algo simples. Mas dentro dela existe um relógio invisível, um ponteiro que não corre para frente, mas para trás, mostrando o quanto o mundo já viveu.

Esse relógio é o decaimento radioativo.  Há elementos químicos instáveis, como o urânio, que se transformam lentamente em outros elementos, como o chumbo. É como se fossem “areias” caindo em uma ampulheta natural.

O Urânio-238 leva 4,47 bilhões de anos para metade de seus átomos virar Chumbo-206; o Urânio-235 leva 704 milhões de anos para virar Chumbo-207. Essas velocidades são fixas e comprovadas. Se a Terra tivesse 4 mil anos, simplesmente não haveria tempo para urânio virar chumbo. Mas encontramos esse processo em todas as rochas antigas, e até em meteoritos. A natureza fala uma
língua clara: o universo é antigo. 

O que isso diz sobre deus e sobre nós? Alguns pensam que se o universo é antigo, então deus não existe. Outros pensam que, se deus existe, então o universo deveria ser
jovem. Mas isso é uma falsa escolha.
Se existe um criador, Ele não precisaria criar um mundo com “aparência de velho” para nos enganar. E se ele é verdade, não teme a verdade científica. Um deus que cria sem medo de tempo é mais grandioso do que um que precisa apressar a história.

Os bilhões de anos do universo não diminuem deus, ampliam Sua obra.
Por que alguns rejeitam isso? A resistência não é científica, é emocional.
Aceitar que a Terra é antiga mexe com leituras literais, medos de perder a fé e receios de contradição. Mas não há contradição.
A fé madura caminha com a verdade. A ciência humilde respeita perguntas espirituais.

O chumbo não é só um metal. Ele é um testemunho silencioso que diz: “O mundo é antigo. O tempo é vasto. A criação é profunda. A verdade não teme investigação.” A fé olha para o céu e agradece. A ciência olha para a rocha e aprende. E nós olhamos para ambas e entendemos: Verdade não compete com verdade. Luz não briga com luz.

Cleiton dos Santos 

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