O FRUTO PROIBIDO


A ciência e a dúvida estão intrinsecamente ligadas, pois é através da dúvida que a ciência progride, questionando e desafiando as verdades estabelecidas. É interessante pensar que deus, se visto como detentor de todo o conhecimento, também possuiria toda a ciência. Nessa perspectiva, quando a serpente ofereceu a Eva a dúvida, na verdade estava lhe concedendo a oportunidade de abrir seus olhos e se aproximar da divindade. Afinal deus teria nos feito semelhantes, não iguais a ele.

Ao aceitar a dúvida, Eva poderia se tornar igual a deus, pois a capacidade de questionar e explorar conceitos vai além da aceitação passiva da fé cega. Essa interpretação levanta questões intrigantes sobre a natureza de deus e seu papel no desenvolvimento humano. Seria ele realmente um vilão ou, talvez, um ser que incentiva o crescimento e a busca por conhecimento?

Essa ideia conecta-se com o pensamento de Anton LaVey, fundador da Igreja de Satã, que também defendia a importância da busca pessoal pelo conhecimento e da emancipação intelectual. LaVey acreditava que a religião e a moralidade convencionais eram meios de controle social, negando às pessoas a liberdade de pensar criticamente e de questionar.

A sugestão de que deus seja o vilão, assim como aqueles que detêm o conhecimento e o negam para escravizar os ingênuos, traz à tona a possibilidade de que a religião pode ser usada como uma forma de dominação e manipulação. A Bíblia, por exemplo, apresenta contradições e interpretações divergentes que podem levar a diversas conclusões, levantando questionamentos sobre a própria natureza de deus e sua veracidade.

Cleiton dos Santos 

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