PERDÃO
Era uma vez uma criança, chamada Cleiton, que carregava consigo um peso invisível: as dores e as mágoas de sua infância. Lembranças de momentos em que foi magoado, traído e desacreditado por aqueles que deveriam protegê-lo e amá-lo incondicionalmente. As cicatrizes dessas experiências o acompanharam ao longo dos anos, moldando sua visão sobre o mundo e definindo sua forma de lidar com os outros.
Mas Cleiton sabia que precisava se libertar dessas memórias tóxicas, pois elas o impediam de seguir em frente e impediam que pudesse encontrar a verdadeira felicidade. Ele buscava a chave para abrir as correntes do passado e encontrou nas palavras sábias de seu grande amigo, o maestro José Rodrigo, a resposta que tanto ansiava.
"Não perca tempo com mágoas, Cleiton", repetia seu amigo incansavelmente, como um mantra. "O perdão é a chave para sua liberdade interior."
No íntimo, Cleiton compreendia a mensagem de José Rodrigo, mas esperava mais do que belas palavras. Como poderia perdoar aqueles que o haviam ferido, sem permitir que o passado voltasse para assombrá-lo? E, além disso, como poderia perdoar sem se expor novamente às mesmas dores?
Pensando nisso, Cleiton começou sua jornada rumo à libertação. Sabia que o perdão não significava aceitar comportamentos nocivos ou compactuar com injustiças. Na verdade, o perdão era um ato de coragem e amor-próprio, uma oportunidade de se libertar das amarras emocionais que o prendiam ao passado.
Acreditar que a justiça era não dar a outra face era algo que Cleiton aprendeu a questionar. Entendeu que ser bom demais não significava ser fraco, mas sim ter a força necessária para se desprender dos sentimentos negativos e encontrar a paz interior.
Ao longo de sua jornada, Cleiton percebeu que o perdão não se tratava de reconciliação ou de estar próximo daqueles que o feriram. Era, acima de tudo, um ato de amor por si mesmo, uma maneira de se libertar do peso que ele próprio carregava.
Aos poucos, Cleiton aprendeu a olhar para suas mágoas com compaixão e empatia. Compreendeu que suas feridas do passado não definiam quem ele era hoje e que estava em suas mãos a escolha de se tornar uma pessoa melhor, independentemente das atitudes alheias.
E assim, Cleiton deu o passo mais corajoso de todos: perdoou. Perdoou não porque os outros mereciam, mas porque ele merecia ser livre de qualquer ressentimento. Aceitou que cada um tem sua própria jornada, repleta de dores e erros, e que carregar rancor seria apenas perpetuar a negatividade.
Ao perdoar, Cleiton se sentiu transformado. Uma paz interior tomou conta de seu ser, como se todas as amarras que o aprisionavam tivessem sido soltas. Compreendeu que o perdão não era apenas um presente que dava às pessoas que o magoaram, mas, principalmente, um presente que dava a si mesmo.
Com o coração leve e livre, Cleiton seguiu em frente. Aprendeu a valorizar as lições que as adversidades lhe trouxeram, agradecendo por tê-las superado e se tornado uma pessoa mais resiliente.
E assim, com os ensinamentos de seu grande amigo, Cleiton descobriu que o perdão era a chave para a sua própria libertação. Percebeu que, ao deixar partir as mágoas de sua infância, ele se abria para uma vida repleta de amor, compaixão e paz. E, principalmente, aprendeu que perdoar não significava esquecer, mas sim escolher viver livre das amarras do passado.
FIM.
Cleiton dos Santos
Comentários
Postar um comentário