Autoconhecimento e as Dualidades
Durante muito tempo, acreditei que estava sempre do lado do bem, defendendo a verdade e agindo de acordo com meus princípios. No entanto, tudo mudou quando decidi abrir meu coração para conhecer verdadeiramente as pessoas, a sociedade, a fé e, acima de tudo, a mim mesmo.
Ao me permitir mergulhar nesse processo de autoconhecimento, deparei-me com uma realidade desconcertante: o mal também habitava em mim. Descobri que todos nós carregamos em nós uma dualidade, uma sombra que muitas vezes preferimos ignorar. Mas encarar essa sombra foi essencial para compreender a complexidade da natureza humana.
Ao conhecer o mal, percebi que não se trata apenas de escolher ficar do lado da verdade. É sobre aceitar e abraçar todas as facetas de quem eu sou, inclusive aquelas que podem ser consideradas negativas. Afinal, somos seres imperfeitos em constante evolução.
Essa jornada me ensinou que conhecer as pessoas vai além das aparências. É preciso ir além das máscaras que usamos e ter coragem para enxergar além das superficialidades. Cada indivíduo é um universo complexo e cheio de nuances, e apenas ao nos permitirmos conhecer suas camadas mais profundas é que podemos verdadeiramente compreendê-los.
Além disso, essa experiência também me fez questionar a sociedade em que vivemos e os valores que nos são impostos. Percebi que nem sempre aquilo que é tido como certo ou bom é realmente o melhor para todos. É preciso questionar, refletir e buscar a verdade por conta própria, em vez de simplesmente seguir o que nos é dito..
Ao longo dessa jornada, também compreendi que não é a existência de deus ou demônio que determina nossas escolhas, mas sim nós mesmos que optamos pela prática da maldade. Assim como as drogas e o álcool são compostos químicos, eles por si só não carregam a culpa, mas somos nós que damos significado a essas substâncias. Muitas vezes, usamos as drogas como desculpa ou uma espécie de licença para nos comportarmos de maneira que desejamos, e é por isso que frequentemente ouvimos a frase 'foi o uso de entorpecentes que levou a isso'.
Na verdade, as drogas apenas revelam quem realmente somos e expõem as máscaras que tentamos manter. Elas podem amplificar nossas emoções e atitudes, revelando aspectos ocultos de nossa personalidade. Portanto, é essencial compreender que somos responsáveis por nossas escolhas e ações, independentemente das influências externas.
A aceitação da responsabilidade pessoal é fundamental para o processo de autoconhecimento e crescimento. Em vez de atribuir nossas decisões a fatores externos, devemos olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer o impacto de nossas escolhas.
Assim, ao compreender que somos os principais agentes de nossa própria conduta e ao encarar a verdade nua e crua sobre quem somos, podemos iniciar uma jornada de transformação genuína e autêntica.
Ao reconhecer o mal em mim e no mundo ao meu redor, descobri a importância de uma jornada de autoconhecimento contínua. Aceitar todas as partes de quem eu sou, tanto as boas quanto as más, me permite crescer e me transformar em alguém mais autêntico e verdadeiro.
Acredito que somente quando aceitamos nossa própria dualidade e buscamos compreender a complexidade das pessoas e do mundo é que podemos realmente fazer a diferença. Pois é na aceitação e na busca pela verdade interior que encontramos o caminho para uma vida mais autêntica e plena."
Cleiton dos Santos
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