Caminhos de fé e incertezas


Na busca por Deus, acabei me perdendo em um labirinto de incertezas. A estrada que percorri não tinha sinalização, e as poucas placas que encontrei estavam tão desgastadas pelo tempo que não indicavam o caminho certo a seguir. Cada passo parecia me afastar mais do destino desejado, e a confusão aumentava à medida que avançava.

Durante essa jornada em busca do Divino, conheci crentes e descrentes. Os crentes, com sua fé fervorosa, viviam com o temor constante de errar e desapontar seu Deus. A pressão para seguir regras e dogmas muitas vezes os tornava rígidos, como se a busca pela aprovação divina fosse uma carga pesada a carregar. Por outro lado, os descrentes pareciam livres de tais amarras, mas ao mesmo tempo se viam perdidos em um mar de relativismos. Sem um Deus que guiasse suas ações, questionavam quais princípios deveriam orientar suas vidas.

Essa dualidade me fez refletir sobre a condição humana. De um lado, o medo de desapontar um Ser Superior; do outro, a incerteza de viver em um mundo sem absolutos. Às vezes, cheguei a pensar que um mundo ateu poderia se tornar uma ferida mais profunda do que aquela que as religiões infligiram ao longo dos séculos. A ausência de crença pode gerar um vazio existencial e uma falta de propósito que é igualmente devastadora.

A história nos mostra como as doutrinas religiosas podem ter causado divisões e conflitos, mas também nos ensina sobre amor, compaixão e solidariedade. Por outro lado, o desprezo pela espiritualidade pode levar a uma desconexão com os valores humanos fundamentais. Sem um sentido maior ou princípios éticos firmes, poderíamos nos perder ainda mais em nossas próprias sombras.

Assim, percebo que tanto crentes quanto descrentes enfrentam seus próprios dilemas. Em vez de ver apenas opostos, talvez devêssemos buscar um entendimento mais profundo sobre o que significa ser humano em um mundo repleto de dúvidas e questionamentos.

Cleiton dos Santos 

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