O Amor Verdadeiro
Hoje, tive uma nova e profunda compreensão sobre o amor. Ao longo da minha vida, sempre acreditei que o amor-próprio fosse algo negativo, uma ideia que me foi imposta por uma visão crítica da sociedade. No entanto, ao refletir mais sobre isso, percebi que a própria sociedade vive em função do amor-próprio e, por essa razão, sofre tanto. O que realmente causa dor nas pessoas não é a ausência de outra pessoa em suas vidas, mas sim a falta do que essa pessoa lhes proporcionava – seja companhia, carinho ou apoio emocional. Essa percepção me levou a entender que o sofrimento muitas vezes está associado à dependência emocional e à idealização do outro.
Entretanto, aprendi algo valioso: o amor é um verbo e, como todo verbo, exige ação. Quando digo "eu amo", "tu amas" ou "ele ama", percebo que o amor não é uma posse; não é algo para se chamar de meu. O amor verdadeiro transcende a ideia de possessão e se manifesta nas ações diárias, no cuidado e na atenção que damos aos outros. Compreendi que a verdadeira felicidade está em um ciclo onde o amor se completa, onde ele flui entre as pessoas de forma mútua e equilibrada. É como na natureza: cada ser desempenha seu papel, contribuindo para um ecossistema harmonioso onde todos coexistem em felicidade.
Os relacionamentos são feitos de fases, assim como as estações do ano. Começam com uma paixão ardente – um fogo intenso que brilha com labaredas visíveis e é consumido rapidamente. Essa fase inicial é cheia de emoção e entusiasmo, mas com o tempo, esse fogo ardente se transforma em brasa. Embora possa não chamar tanta atenção quanto antes, essa brasa é ainda mais quente e duradoura. É nesse momento que percebo que o amor precisa ser alimentado; sem esse cuidado constante, ele pode se apagar.
O amor assim como o fogo requer combustível – gestos de carinho, palavras de apoio e momentos compartilhados – mas também precisa de comburente, "oxigênio", para respirar. Isso significa que o amor deve ser nutrido com espaço e liberdade para crescer. Assim como as plantas precisam de luz solar para florescerem, os relacionamentos precisam de tempo e respeito para amadurecerem. Quando conseguimos encontrar esse equilíbrio entre dar e receber, entre alimentar e permitir espaço para respirar, criamos um ambiente onde o amor pode prosperar.
Agora vejo o amor como um ciclo natural, dinâmico e transformador. Um lugar onde cada um desempenha seu papel essencial na construção de algo belo e significativo juntos. Assim como na natureza, onde todos os elementos interagem em harmonia para criar vida, acredito que nossos relacionamentos também podem florescer quando nos permitimos amar verdadeiramente – com ação ativa e uma entrega genuína ao outro. Na paixão o coração bate acelerado e todo corpo está descompassado, mas com o amor ele bate no ritmo certo, tranquilo.
Cleiton dos Santos
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